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A partir de 1º de agosto de 2018, qualquer cidadão norte-americano poderá baixar um projeto na internet e, com resina plástica, utilizar uma impressora 3D para criar a sua própria arma, sem controle ou número de série, no conforto do seu lar. É o resultado de uma intensa batalha travada pelo estudante de direito, Cody Wilson, desde 2016.
O jovem tinha como hobby justamente criar projetos de armas que poderiam ser impressas e, na época, criou o “The Liberator”, ou “O Libertador” em português, que se trata de uma arma impressa em 3D com um único tiro. A distribuição do projeto foi logo proibida, já que violam os estatutos de exportação de armas nos EUA.
Foi o estopim para que o hobby virasse a atividade principal de Wilson. “Tudo o que tentei fazer na faculdade de direito foi imprimir uma pistola e colocá-la na internet”, disse ele ao The Guardian em 2016. “Agora estou em uma viagem que não posso sair.”
Wilson entrou na justiça alegando que a proibição ia contra a Primeira Emenda da Constituição norte-americana, que, entre outros direitos fundamentais, protege a liberdade e expressão. Ele ainda fundou uma organização sem fins lucrativos, Defense Distributed, para defender a causa. Para levantar dinheiro, começou a vender o que chama de 80% de uma arma. O objeto pode então ser colocado em uma impressora 3D, que termina o trabalho.
A jornada de Wilson deu resultado. No final de junho, um acordo judicial entre o projetista e o Departamento de Estado dos EUA, com aval do presidente Donald Trump, determinou que as armas poderiam agora ser quase totalmente impressas. Apenas um pino de metal deve ser adicionado, para garantir a conformidade com a Lei de Armas de Fogo Indetectável de 1988 e poder ser captada por detectores de metal.
É o início da “Idade da Arma para Download”, comemorou em seu site a Defense Distributed. Fundador e vice-presidente executivo da Second Amendment Foundation, Alan Gottlieb, que defende o “direito das armas”. “Não é apenas uma vitória da primeira emenda pela liberdade de expressão, também é um golpe devastador para o lobby da proibição de armas”, afirmou ao periódico britânico.
Como era de se esperar, a decisão iniciou uma série de protestos. Defensores de um maior controle sobre as armas, como Nick Suplina, diretor da Everytown for Gun Safety, classificou o acordo como “incrivelmente perigoso”, também ao The Guardian. “Esse acordo permitiria que criminosos condenados e abusadores domésticos fizessem o download de esquemas on-line e imprimissem suas próprias armas ilegais e não rastreáveis.”
Agora, qualquer um que queira imprimir a própria arma, não precisa nem se contentar com uma arma de um tiro só. Armas muito maiores, como um rifle no estilo AR-15, podem ser impressos por qualquer um, para fazer o que quiser com elas. Basta o acesso a uma impressora 3D e um pouco de resina plástica.
O conglomerado industrial General Electric (GE) quer usar a tecnologia blockchain para verificar as peças impressas em 3D em sua cadeia de suprimentos, de acordo com um registro de patentes recentemente publicado.
Lançado pelo Escritório de Patentes e Marcas dos EUA (USPTO, na sigla em inglês) em 21 de junho e apresentado em dezembro passado, a aplicação descreve um método para integrar blockchains na manufatura aditiva – comumente conhecida como impressão 3D – para criar um banco de dados que valide e verifique o processo de fabricação.
Em outras palavras, a tecnologia permitiria que a empresa criasse um histórico de fabricação baseado em blockchain que pudesse ajudar a rastrear e autenticar objetos impressos em 3D.
A invenção resolveria os desafios existentes nos sistemas atuais de manufatura aditiva, que “carecem de sistemas de verificação e validação para garantir que os objetos produzidos pelo processo sejam adequadamente certificados”, de acordo com a aplicação.
Devido a esse problema, se uma peça de reposição para um ativo industrial for produzida usando um processo de manufatura aditiva, qualquer pessoa com acesso à uma impressora 3D poderá reproduzir essa peça. Como resultado, os usuários finais não podem verificar se a peça de substituição “foi produzida usando um arquivo de compilação correto, usando a mídia de fabricação correta e um dispositivo de fabricação aditiva adequadamente configurado”.
“PORTANTO, SERIA DESEJÁVEL FORNECER SISTEMAS E MÉTODOS PARA IMPLEMENTAR UM REGISTRO DE DADOS HISTÓRICOS DE UM PROCESSO DE MANUFATURA ADITIVA COM RECURSOS DE VERIFICAÇÃO E VALIDAÇÃO QUE POSSAM SER INTEGRADOS AOS DISPOSITIVOS DE MANUFATURA ADITIVA.”
O movimento marca o mais recente sinal de da gigante industrial pela tecnologia blockchain. No ano passado, o USPTO divulgou cinco pedidos de patentes, todos protocolados em 2016, cada um descrevendo um aplicativo blockchain diferente para auxiliar na simplificação da manutenção de aeronaves.
A GE também anunciou em março que juntou-se à Aliança de Transporte em Blockchain (BiTA), um consórcio blockchain que visa desenvolver padrões em torno do uso da tecnologia no setor de transporte de cargas.
POR: AMANDA BASTIANI
Publicitária, planejadora estratégica e entusiasta do universo cripto. Confia nas mudanças que a tecnologia irá trazer para a sociedade.
O Facebook vem banindo o conteúdo de sites que promovem fabricação caseira de armas com o uso de impressoras 3D. A medida acontece em meio a uma discussão interna no governo e entre o Estado de Defesa e o grupo Defense Distributed, que liberou o código online de vários modelos de pistolas e até metralhadoras.
“O compartilhamento de instruções sobre como imprimir armas de fogo usando impressoras 3D não é permitido, de acordo com nossos Padrões da Comunidade. Segundo nossas políticas, estamos removendo o conteúdo do Facebook”, diz a rede social, em um comunicado. As informações são do BuzzFeed News.
Um porta-voz afirmou que a trabalha atualmente na ampliação de sua política contra as armas impressas em 3D, mas não forneceu detalhes adicionais sobre como isso aconteceria — se há uma busca em imagens com uso de inteligência artificial ou algo do tipo, por exemplo. Essa fonte acrescentou que essa prática também afeta o comércio legal, pois a violação da seção de bens regulamentados limita as vendas e trocas de armas a revendedores licenciados.
Conflito interno
Enquanto isso, até agora oito Estados já acionaram legalmente o governo Trump e cortes de três Estados proibiram a veiculação das instruções digitais de como usar impressoras 3D para montar armas. No final de junho, Trump fez um acordo para retirar uma ação movida pela Defense Distributed e pagou mais de US$ 40 mil, mais as custas judiciais, e liberou-a para publicar seus planos, arquivos e desenhos 3D em suas plataformas ou quaisquer outros meios.
Na semana passada, procuradores conseguiram uma ordem de restrição temporária que proíbe a Defense Distributed de continuar exibindo seus esquemas online. Mas, como uma ampla quantidade de documentos já se espalhou pela web há algum tempo, fica difícil limitar sua distribuição.
Você certamente viu esta notícia: em breve poderá ser totalmente legal para armas de impressão 3D nos EUA.
Vamos voltar ao começo da história. Em 2013, Cody Wilson é o primeiro projetista e impressão 3D de uma arma. Ele publicou seus arquivos online, e eles foram baixados por mais de 100 mil pessoas em apenas 24 horas. Devido à rapidez do fenômeno, o Departamento de Estado dos EUA forçou Cody Wilson a remover esses arquivos.
Este caso abriu um debate sobre armas impressas em 3D. Esse debate durou cinco anos, mas Cody Wilson e sua empresa, a Defense Distributed, triunfaram e os arquivos 3D para as armas de fogo de impressão 3D on-line voltaram a ficar on-line. De fato, o Departamento de Estado permitiu que Cody Wilson publicasse livremente seus projetos e arquivos técnicos de armas de fogo. Mas o caso não acabou!
Depois disso, oito estados e o Distrito de Colúmbia processaram o governo para bloquear o acordo por causa de problemas ligados à rastreabilidade dessas armas impressas em 3D. Em 31 de julho de 2018, um juiz federal dos EUA em Seattle bloqueou a liberação de software que permite aos consumidores imprimir armas de fogo em 3D.
Este caso será analisado em breve para ver se é realmente legal publicar esses arquivos.
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